sábado, 26 de dezembro de 2015

Dia 42- Natal no Reino Unido







O Natal chegou, este ano, de mansinho. Geralmente é uma grande agitação, para mim, esta época do ano. Na caça aos presentes, na busca da melhor coisa a oferecer, na construção da árvore de Natal, na entrada no espírito festivo da família... Este ano, chegou devagarinho, num tom de voz sussurrante e passou por mim numa corrida frenética, que quase nem o vi.
O natal foi diferente, este ano.
Senti a falta da minha mãe, do meu pai... da minha enorme família. Senti falta das vozes alegres, das conversas dispersas, das piadas, dos jogos... Das conversas da treta com os meus primos. Ah, como senti a falta deles este ano! Nunca pensei na falta que eles me iriam fazer no Natal, mas a verdade é que os adoro, apesar de já estarmos todos bem mais crescidos. Todos nós temos a magia do Natal dentro de nós, todos nós tivémos medo do Pai Natal, na nossa altura... Todos nós queríamos partilhar as nossas prendas de Natal. Todos nós crescemos juntos, 21 anos de Natais juntos e, este ano, eu fui a primeira a saltar. 
Mas telefonei para casa. Vi-os a todos, estava lá na entrega das prendas. Falei com todos. A vontade de chorar veio, é verdade. Principalmente nos primeiros minutos, ao vê-los todos ali, na mesma sala a partilhar a refeição. Senti tanta falta da minha mega família! 

Contudo, a verdade é que gostei do Natal à mesma. Juntámo-nos todos cá em casa. Fizémos a nossa ceia de Natal, enfeitámos a casa, arrumámos tudo, fizémos sobremesas, comprámos prendas uns para os outros, tínhamos a nossa árvore de Natal, o nosso bacalhau, o nosso polvo, entradas e... e até tivémos o filme típico do Natal: "Sozinho em Casa"! E eu gostei do que partilhámos, do espírito que vivemos entre todos, sabendo perfeitamente que nenhum de nós queria realmente estar ali. O nosso subconsciente estava a milhas daqui.
Foi um Natal diferente, é verdade, mas com isto cresci um pouco mais e já tenho a minha experiência de ter o meu primeiro Natal longe dos meus. Mas estive com a minha família daqui. Rimo-nos, jantámos, comemos até não sobrar mais espaço no estômago e fomos dormir com um sorriso no rosto, por termos aproveitado aquilo que nos tinha sido oferecido para passarmos a nossa Ceia aqui.

E eu (assim como mais gente), na manhã seguinte, no dia 25, levantei-me cedo e fui para o Hospital. Fui trabalhar no dia de Natal. E não me importei muito com isso. Não estava em casa, então porque não trabalhar? Se eu não estava em casa, onde queria estar, havia pessoas, internadas naquele hospital que também não estavam. Só tentei dar o meu melhor para lhes levar um pouco de espírito Natalício. Porque ninguém merecia estar longe da família, enfiado num hospital, num dia destes. Eu não gostaria... Então só podia fazer máximo para os fazer esquecer ou aproveitar para lhes levar energia.

Ao almoço, aproveitei e pude provar a comida natalícia típica de Inglaterra, apesar de estar um pouco receosa porque geralmente arrependo-me de experimentar qualquer comida confecionada aqui.

Mas, okay, está tudo a melhorar. Apesar da saudade ter aumentado exponencialmente ontem, dia de Natal, hoje está melhor. Em breve estarei em casa, de novo, eu sei disso, então tem de ser suportável.

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